Cabines
Define-se como cabines unidades de confinamento de operações de jateamento em que o operador trabalha em seu interior, protegido por capacetes e roupas especiais.
Elas foram desenvolvidas para evitar as tradicionais operações a céu aberto com areia acabando com o alto grau de poluição e permitindo o uso de abrasivos mais nobres, já que aceitam adaptações de sistemas de ventilação, reciclagem, purificação e filtragem do pó.
Apresentam ainda as vantagens de independerem das condições atmosféricas e de poderem ser montadas bem próximas ou até mesmo nas própias linhas de produção
2-1) Cabines propriamente ditas
São desenvolvidas conforme o tamanho máximo provável das peças, existindo unidades com 7 ou 8 m3 ou com mais de 5.000 m3, para a indústria naval, geralmente.
Podem ser construídas em alvenaria ou metálicas estruturadas ou em módulos, o importante é que paredes e tetos sejam contínuos, sem aberturas.
2-2) Ventilação
Em geral, com o auxílio de exaustores, é estabelecida uma circulação horizontal de ar que arrasta o pó em suspensão , no sentido longitudinal da cabine (menor secção). O ar é succionado por meio de captores montados numa extremidade, entrando por aberturas protegidas com telas e escudos pela outra. Como nos gabinetes, a presença de uma pressão negativa interna também é importante.
2-3) Portas
As portas principais (serviço) e as auxiliares (jatista) têm que ter vedação hermética com guarnições de borracha. Muitas vezes as aberturas de entrada da ventilação estão nas próprias portas principais e os captores no fundo oposto.
2-4) Recolhimento do abrasivo
Existem vários sistemas para recolher o abrasivo que cai no piso da cabine para reconduzi-lo ao processo:
2-4-1) Varreção
É o processo mais simples e o que exige menor investimento. O piso é o revestido com chapas lisas e o material, durante um intervalo no jateamento, é arrastado manualmente ou com veículos apropriados para moegas ou roscas transportadoras instaladas lateralmente.
2-4-2) Roscas helicoidais
Nesse caso o piso é revestido integralmente com grades que não retém o abrasivo que é recolhido continuamente por calhas inferiores com roscas helicoidais, concentrando o material em um ou mais pontos.
2-4-3) Sistema de arraste
Sob o piso gradeado são montadas calhas rasas e planas e o material recolhido é arrastado por palhetas que se movem longitudinalmente com movimento alternado.
2-4-4) Sistema de sucção
Nesse caso, sob o piso gradeado são montadas calhas em “M” paralelas e o abrasivo é recolhido e transportado por sucção. Tanto esse sistema como o anterior têm a vantagem de poderem ser montados diretamente sobre os pisos industriais, requerendo pouca ou nenhuma obra civil.
2-5) Purificação dos abrasivos
Da mesma forma que nos gabinetes, o materias recolhido é levado para um sistema de purificação. Quando é usada a granalha de aço, que é o abrasivo mais comum em cabines, ela é transportada para o purificador por meio de um elevador de canecas. O material limpo de pó e peneirado, cai em silos, de onde retorna ao processo. No caso de recolhimento por sucção, em geral empregado para materias leves, são utilizados ciclones para recolher o material e separar impurezas de pó. Em casos onde as exigências quanto a purificação são maiores, podem ser intercalados outros recursos como peneiras vibratórias e filtros magnéticos.
2-6) Coletores de pó
São sistemas indispensáveis para reter o pó arrastado pela ventilação antes de devolver o ar para a atmosfera. A captação de ar, além de dentro da cabine deve succionar do elevador e do purificador criando, como já foi dito, pressão negativa em todo o sistema.
2-7) Cabines especiais
O atual desenvolvimento tecnológico permite uma ampla versatilidade no projeto de cabines, adaptando-as às mais diversas condições operacionais.
2-7-1) Cabines para a Indústria Naval e “Offshore”
Teoricamente, não há limitações quanto às dimensões máximas com que pode ser contruída uma cabine.
Problemas como a movimentação de peças irregulares de grande porte e peso elevado, são resolvidos com engenhoso sistema de vários trilhos com carros livremente posicionados sob os seus pontos de apoio.
Cada caso particular exige dispositivos especiais para a racionalização das condições operacionais.
2-7-2) Cabines para jateamento e pintura
O desenvolvimento de coletores de pó tipo multiciclone em substituição aos filtros de mangas ou de cartuchos que não resistem às partículas de tinta a e aos gases de solvente, abriu a possibilidade de utilização das cabines para o jateamento e para a pintura posterior reduzindo o tempo entre as duas operações e dispensando a movimentação de peças.
2-7-3) Cabines climatizadas
Para evitar, com segurança, a não contaminação de partes já jateadas e para garantir as exigências de temperaturas máximas requeridas pelas modernas tintas de proteção, podem ser adaptados às cabines completos sistemas de climatização que mantém a temperatura interna abaixo dos 26°C e entre 45 e 50% de umidade relativa durante todos os processo de jateamento e pintura. Nesse caso, a pressão interna passa a ser positiva e o ar expelido é purificado quanto ao pó e aos gases de solventes por filtros especiais, antes de serem lançados na atmosfera.
2-7-4) Cabines para “shot peening”
Dispositivos para movimentação de peças como mesas ou eixos rotativos ou carros acionados, para movimentação de pistolas ou bicos de pressão, com temporizadores programáveis, enfim, com todos os dispositivos requeridos para operações repetitivas e impessoais, como as exigidas para “shot peening”, podem também ser adaptados a cabines de qualquer porte.
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